A Psicologia da Fama é uma abordagem que através da fala confronta o sujeito consigo mesmo para tornar consciente seus aspectos internos, propondo a saída do mundo da imagem para o simbólico através da palavra numa relação terapêutica.
A fama é um poder e pode destinar-se a fazer-se ouvir.
Hoje em dia, através da internet, qualquer pessoa pode sair do anonimato e conquistar um espaço que a projete na sociedade. A experiência dessa exposição traz uma resposta por parte do público, às vezes de aprovação, outras de crítica e o sujeito passa a agir em função do olhar e do desejo de agradar o outro. Através da proposta terapêutica da Psicologia da Fama o sujeito reconquista sua liberdade de ser autêntico e independente.
A relação do sujeito com a própria imagem e do uso que faz dela é questionada para que os conflitos possam ser verbalizados e tornados conscientes, facilitando a tomada de uma posição por parte do sujeito. Trabalha-se para que através do processo o sujeito se ligue ao exercício pleno de seu desejo e de sua criatividade.
Vejamos dois caminhos diferentes.
Amy Winehouse era uma grande artista, criadora, cantora, compositora e ao ficar famosa perdeu o controle sobre a própria carreira. Segundo sua biografia, acabou tendo que servir aos interesses das produtoras, da indústria e da família em contradição àquilo que realmente queria fazer. A morte prematura dela e de muitos outros artistas dessa idade tem sido anunciada como se fosse um problema com as drogas quando na verdade são as questões internas que geram um uso excessivo dessas. Acessar o universo anímico aumenta o potencial criativo e o comprometimento do criador com a sua própria obra. Traz um posicionamento mais livre frente aos interesses alheios. Foi a falta de espaço e de escuta ao seu processo psicológico o provável fator que fez com que ela perdesse a vida.
Um caso recente muito interessante é o da Lady Gaga que vai exatamente na direção oposta. Ela se tornou famosa não somente pelo seu talento artístico, mas pelas coisas bizarras que fazia para chamar a atenção. Atualmente, sob uma veste formal, está expondo suas ideias sobre os conflitos e a paz nas relações humanas, que estão sendo ouvidas por figuras como Dalai Lama e Tony Blair. Ela atingiu a fama para usar o próprio poder. Usou, não foi usada.
Esses exemplos mostram a diferença entre a fama que prejudica e inviabiliza o sujeito e da fama como uma fonte de realização e satisfação pessoal.